O Spider tenta humilhar americano e acaba na lona, novauteado e de
quebra perdendo o cinturão, 07/07/2013 vai ficar na história do MMA,
muitos já falam em resultado combinado.
A melhor coisa que poderia ter acontecido na noite deste sábado (6 ou
7 no Brasil) em Las Vegas (EUA), palco do UFC 162, era uma derrota do
brasileiro Anderson Silva. Melhor para quem? Para Dana White e os irmãos
Fertitta, presidente e donos do maior evento de MMA do planeta. A
conclusão é de ninguém menos do que a conceituada revista
americana Forbes.
Em artigo publicado, são apontadas várias razões para que uma vitória
do ‘azarão’ Chris Weidman seja o melhor cenário possível para o evento.
O desafiante ao cinturão dos Médios (até 84 kg) tem um cartel invicto
de nove vitórias e é “um ótimo wrestler”. É justamente o seu wrestling
fraco, segundo a Forbes, que pode se tornar o calvário do Spider.
Se a luta for para o chão, Silva estará em desvantagem, tanto que
White (presidente do UFC) recentemente disse todo lutador com o qual ele
conversou escolheu Weidman como o vencedor desse combate. Claro, ele
está tentando vender o evento, mas uma vitória de Silva está longe de
estar garantida. Uma vitória de Weidman será uma vitória do UFC –
escreve a Forbes.
Dono do cinturão desde 2006, Anderson Silva está invicto em sua
carreira de sete anos no Ultimate, tendo feito dez defesas bem-sucedidas
do título da categoria. Um revés do brasileiro criaria todo um cenário
financeiramente favorável ao evento americano, além de movimentar uma
categoria que tem visto poucas novidades desde que o Spider desembarcou
no UFC.
— Enquanto legados são ótimos para os negócios, um novo campeão
injetaria alguma vida em uma categoria que está paralisada. Além disso,
uma vitória de Weidman renderia uma imediata revanche, e elas são muito
populares – completa o artigo, relembrando a situação vivida entre Silva
e o eterno desafeto, Chael Sonnen, lutas que deram muito lucro.
Uma revanche, caso o brasileiro seja derrotado, colocaria o hoje
campeão dos Médios de volta como desafiante ao título, algo que não
acontece desde a primeira luta contra o americano Rich Franklin, em
2006, quando o “desconhecido” Silva chocou os fãs do Ultimate com uma
vitória categórica sobre o filho pródigo de Cincinatti.
— A vitória do azarão é sempre um dos momentos mais excitantes dos
esportes, e seria a primeira do maior lutador de MMA de todos os tempos
no UFC. Mais importante para os fãs e para o UFC, uma derrota de Silva
criaria uma nova rivalidade incrível e uma revanche que desafiaria as
vendas de pay-per-view registradas no UFC 100 como uma das maiores no
mundo esportivo. O UFC ainda é um evento de um nicho e precisa avançar,
algo que Weidman pode oferecer.
Contudo, a Forbes não deixa de lembrar que uma vitória do Spider
mantém muito viva a possibilidade do brasileiro se envolver em
superlutas em um futuro próximo. A reportagem relembra o quanto os fãs
do esporte aguardam um encontro entre o brasileiro e o canadense Georges
St. Pierre, campeão dos Meio-Médios (77 kg). Já uma derrota enterra
essa e outras possíveis lutas espetaculares, como entre Silva e o
campeão dos Meio-Pesados (93 kg), Jon Jones.
Nesta última semana, Dana White foi categórico que Weidman pode não
só tomar o título do brasileiro: ele pode aposentar Anderson Silva, nas
palavras do chefão do UFC.
— Se ele (Silva) perder, a superluta não acontece. Faremos a
revanche. Se ele perde duas em sequência, ele provavelmente começará a
pensar na aposentadoria.
- Agora vamos falar da luta, ou da marmelada, como queiram.
Antes da luta, Anderson Silva não tocou luvas com o desafiante.
Quando o combate começou, o brasileiro fez a sua movimentação
tradicional, saltando para os lados e evitando a aproximação de Weidman.
O americano conseguiu encurtar a distância e rapidamente levou a luta
para o chão, ficando por cima e aplicando alguns golpes, e transicionado
para o ataque nas pernas. Após tentar uma chave de joelho e uma chave
de calcanhar, o americano perdeu a posição e Anderson conseguiu
desvancilhar-se da posição, voltando para a luta em pé.
A partir daí, começou o show de provocações do brasileiro, que se provou letal minutos depois.
Após baixar a guarda e pedir para Weidman golpeá-lo, Anderson Silva
fingiu rir do adversário, colocou as mãos na cintura e chamou o
americano para a luta, pedindo que ele o golpeasse. No fim do round, um
beijo encerrou as ações.
No início do segundo round, Anderson chamou Weidman para a luta, pedindo
que o americano lutasse. Mas exagerou nas provocações, e perdeu o foco
no combate. Dando o rosto para ser golpeado, o brasileiro fingiu tremer,
dançou e riu, mas não contava com um um cruzado de esquerda seguido por
uma sequência de socos que o derrubaram e forçaram o árbitro Herb Dean a
encerrar o combate. Weidman cumpriu o que prometeu, conquistou o
cinturão e festejou com a bandeira americana no centro do octógono,
encerrando uma era e, talvez, iniciando uma nova era, o tempo dirá!
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